01 janeiro, 2013

Cérebro-nuvem: A ré

Cérebro-nuvem: A ré: Sente  minha língua reticente  a desdobrar-se no vermelho  do sangue  que lhe ruboriza o corpo Sinta  minha língua ressentida  da ausência ...

Heleanor Caelajas


Heleanor Caelajas

I

Pensarei mais sobre Heleanor Caelajas na hora em que puder ascender o próximo cigarrro.
Mas até lá, Heleanor estará pensando em mim?
Em algum universo paralelo Heleanor pensa em mim.
Ela me escreve em seu caderno numa aula de faculdade.
O cigarro de Heleanor ascende-se antes do meu, muito mais despudorado e, diferente do meu, ausente de qualquer receio de dominação.  Au contraire,  é ela quem o domina.
Ela veste vermelho com absoluta naturalidade e, Dios mio, ela dança tango, como uma tenaz, delicada e firme, a colocar minhas gônadas em um forno industrial.
À vejo ao voltar do banheiro – cigarro acesso – no corredor próximo a escada, vermelho é seu batom, cabelo não me lembro, esvoaçantemente "sádica". – olhar. Mais um jocoso ardil de minha ofídica mente? Imponho duro combate ao impulso de demorar o olhar , nem que seja por um átimo de instante,  quadril à bajo. – Frieza, frieza, frieza pétrea afogando-se num mar de calor ardente.